De pé, no lugar do arguido e frente à Srª Drª Juíza, ouvi, com toda a atenção, a leitura da sentença.
Foram várias as páginas em que a matéria criminal foi sendo esfumada. Alturas houve em que até foram tecidos alguns elogios à minha atitude cidadã, enquanto na defesa do colectivo. Soube bem ouvir algumas frases reveladoras de que o Tribunal tinha entendido bem o que me levou a utilizar a tal expressão. Tudo parecia encaminhar-se para a absolvição. Porém, as últimas linhas dão uma volta de 180º, quando é dito que havia “prejuízos morais merecedores de indemnização”, não os 5000 euros pedido pelo autor, mas 1500, como sinal de boa vontade!
Inconformado, irei recorrer.
Luis Galrão fez a notícia em Tudo Sobre Sintra .
Sabem o que me apetece dizer-vos?
Não sejam como eu: ANJINHOS.
Esqueçam que o Estado somos todos nós e que todos temos o dever de zelar por ele.
Não chamem mentiroso a quem vos conta mentiras; não chamem caloteiro a quem vos deve dinheiro; não chamem ladrão a quem viram roubar; não chamem corrupto a quem corrompeu ou se deixou corromper; não falem em “fora da lei” quando virem alguém na mais flagrante transgressão. Pode o visado ser um senhor fulano tal, que se sente ofendido e vos processa por difamação.
A partir daí, o ter mentido, o ter armado o calote, o ter roubado, o ter corrompido, o ter tido um comportamento ilícito, passará para segundo plano. O que agora conta é a “injúria”, que justifica indemnização cível e é convertível num determinado montante. Podem fazer um “desconto” em relação ao pedido inicial, mas vai sempre ter que indemnizar o “ofendido”. As vítimas? Essas apenas esperam que o Estado as defenda.
Isto é o que apetece dizer, mas não se pode, pois entre a contenção da linguagem para dizer as verdades e a "lei da rolha", a distância é mínima.
Capa de edição 22/11/2024
Há 1 dia
13 comentários:
http://riodasmacas.blogspot.com/2012/01/custos-da-cidadania.html
injustiça.
mas um dia isto muda.
Abraço e força com a próxima etapa
André Beja
Muda?
Se não mudou até agora, nos tempos mais próximos não vai mudar!
Nasci e cresci num país cinzento mas, em que havia esperança de que tudo mudasse. A mudança não foi suficiente para criar raízes, porque os "cinzentos" continuaram a controlar muita coisa.
Deixamos aos nossos filhos um país sem côr... é triste.
sintrense
lol.....ah! ah! ah! ainda existe justiça neste país! Que isto sirva de lição para os que pensam que podem ofender as outras pessoas e passar incólumes.
Nesse outro país respeitava-se quem trabalhava e trazia valor acrescentado. Da mesma forma que se respeitava os mais velhos e os que contribuíam para o desenvolvimento. E de certeza que as penas eram mais duras para os malcriados.
A cobertura do Tudo sobre Sintra: http://www.tudosobresintra.com/2012/01/sao-joao-das-lampas-morador-condenado.html
Pois é, isto continua assim neste país porque há por aí muita gentinha que gosta de andar de joelhos e pensa como o "anónimo" que comentou atrás.
Se é que não pôs algum espírito de humor no que escreveu e eu não o entendi.
emília reis
Ganha quem tem provas não quem tem razão, ganha quem tem dinheiro não que é honesto, ganha ainda quem pode pagar não quem diz o que pensa... Daqui a pouco todos nós vamos ter que pagar multas por dizer o que achamos...
Cada vez fico mais triste, ainda ontem uma prima me dizia, - Vê lá como falas, olha que ouvi dizer que vamos começar a ser penalizados por dizer mal das instituições publicas.
É assim, só já cá falta a velha PID, de resto já há de tudo.
beijinho eugénia
Esta sentença é uma vergonha! Aliás, a maioria das sentenças são uma vergonha!
Muita força Sr. Fernando Andrade.
Cumprimentos
Sandra
São todos muito bons a falar....o nosso amigo também escreve muito bem e deu-se mal! Porque não fazem uma colecta para ajudar a pagar a indeminização?
Há aí muita gente que gosta de andar por joelhos mas se calhar é para rezar, como dizia a música do outro, não é Dª Emília?
Com menos conversa e mais trabalho talvez este país fosse para a frente...
Este Anónimo que nos fala a 7 de Janeiro de 2012 pelas 15:42, pelos vistos é daqueles que trabalha ao Sábado...
Convém lembrar que o caso não está encerrado, e que há evidentemente possibilidade de recurso, e recurso perfeitamente fundamentado. Em ultima instancia isto subirá ao tribunal constitucional, que seguramente dará a um cidadão pleno direito de dizer que não quer se conterrâneo de um intocável fora da lei (acusação não personalizada). Tudo o que se passar até uma absolvição são meros "fait divers", com o beneficio de podermos ver alguns (convenientemente) anónimos descer ao ridículo de pensar que o caso esta arrumado, e que alguém levou aqui alguma espécie de lição... Eu compreendo que a justiça seja uma coisa complicada de entender para quem tem horizontes curtos... E sendo certo que há muita coisa errada no nosso sistema de justiça, aqui prevalecerá seguramente um direito fundamental, que é da liberdade de expressão.
Ainda uma achega ao Sr. Anónimo.
A expressão "andar de joelhos" apliquei-a no sentido figurado.
Quero dizer-lhe que, em meu entender, expressar as suas opiniões, tem esse direito, e não ter a coragem de o assumir colocando o seu nome é, também, uma forma de "andar de joelhos".
emília reis
Meu Caro Fernando,
Esse país se nãomexostisse teria de ser inventado. A (in)justiça que não funciona nem tem respeito por ninguém só se conhece na República das Bananas Portuguesas.
Como é que um juíz tem o desplante de te incentivar à cidadania e " crava-te" uma multa. Afinal esse gajo é juiz com que moralidade?
Incentivar alguém e depois de outra forma madá-lo estar quieto é a mesma coisa do que chamar estúpidos a todos.
Haja moral, hajam principios, HAJA LIBERDADE DE EXPRESSÃO.... HAJA JUSTIÇA SÉRIA, é aquilonque neste momento não existe em Portugal. Tenho vergonha de ver o meu país assim.....UMA VERGONHA.....
Um grande abraço....e aplica o livro de reclamações eu assino também......
dos Xavier' s
Fernando
Li hoje no facebook do Jornal de Sintra que foste considerado inocente.Parabens.
Jose Julio
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