quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

“Litigante” da treta

Não sou mesmo feito para isto. Gosto de paz, de consensos e não de andar a “correr as capelinhas” para falar das razões que me assistem. E depois, também não sei qual a atitude certa a tomar, quando são novas as circunstâncias em que me vejo envolvido.
Passo a explicar:
Tinha solicitado a minha inscrição na reunião pública da Câmara de hoje, 27 de Janeiro. Fi-lo por e-mail e foi-me confirmada a recepção.
À hora marcada, apresento-me aos serviços, solicitando que verificassem se tinha ou não sido considerada a minha inscrição. Não constava na lista, mas, como tinha sido por e-mail, essas eram tratadas directamente com o Senhor Presidente, que, depois, chamaria. Para não me preocupar mais.Foi esta a informação recebida.
Assisti, com atenção, ao desenrolar dos trabalhos e às acesas discussões entre o Senhor Presidente e os senhores Vereadores do PS. Depois, vem a intervenção do público:
Chamou A, chamou,B, chamou C…chamou N e, subitamente, o Senhor Presidente deu por encerrada a reunião, agradecendo a participação de todos e desejando um bom dia!
-“Então e eu?!! – pensei, enquanto ainda tentava que fosse visto o meu sinal, mas a rápida desmobilização, deixou-me perplexo.
O que eu devia ter feito quando a reunião foi dada por terminada, era gritar energicamente:” - FALTO EU !”
Ou me deixariam falar ou teria de me ser dito que o não podia fazer. Simples.
Não o fiz, tendo antes, pedido esclarecimentos aos serviços que me tinham dito para não me preocupar. Delicadamente pediram-me desculpa, dizendo que iriam averiguar o que se passou e informar-me-iam. Tarde de mais. Ainda desabafei, mas a oportunidade foi-se.
Voltei para casa arreliado comigo por não ter sabido “dar a volta” à situação. Deveria ter sido instintivo. Se falhou a inscrição, por culpa que não foi minha, o que deveria ter feito era impor-me, mesmo que isso fosse considerado “arruaça”.
E continua a projecção da sombra fria e húmida do “monstro” para cima das casas que passam a ser frias e húmidas. Criminosamente.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sol e sombra



O sol, às 13,30h de hoje, na sua máxima força, não conseguia iluminar a fachada desta casa.
Talvez mais para o Verão. O sol, quando nasce, é para ... quem ?




sábado, 23 de janeiro de 2010

Cobertura com "cobertura"

Hoje, Sábado, trabalhando a cem à hora, um grupo de operários conseguiram que toda a parede da estrutura ficasse revestida de chapa.
Enquanto uns tardam em pronunciar-se, há outros que se apressam. Tudo em nome de uma transparência processual... hilariante e impossível sem cumplicidades imorais.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sábias análises

Pelo mundo inteiro, ao longo dos tempos, tem sido a resignação de uns que permite a opulência de outros. Relembremos :

Maiakovski, poeta russo, no início do Séc. XX:
“Na primeira noite, eles aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.

Bertold Brecht fez a sua observação:
"Primeiro levaram os negros. Mas não me importei com isso. Eu não era negro. Em seguida levaram alguns operários. Mas não me importei com isso. Eu também não era operário. Depois prenderam os miseráveis. Mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável. Depois agarraram uns desempregados. Mas como tenho meu emprego, também não me importei. Agora levam-me a mim. Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo."

Não é por ter lido estas reflexões que agi. Mas acho que me deram algum ânimo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Céu da minha rua

Tudo se prepara para o facto consumado


Num dos pratos da balança, coloque-se:

Um importante industrial, grande empregador, benemérito, dono de "meio mundo";

No outro, coloque-se :

Um munícipe comum e anónimo, “teso”, vítima da ostentação do 1º, que barafusta e apela a que se cumpra o que está estabelecido .

Num estado de direito, as obrigações são para todos, sem excepção. Logo, o ajuizamento da questão não ofereceria dúvidas.

Num estado como o nosso as coisas são diferentes e o ajuizamento acaba também por... não oferecer dúvidas.

…E "bico calado"!

Entretanto, o céu da minha rua ficou reduzido a metade. Quando olhamos para cima sentimos uma espécie de “hemianópsia” em que o “campo ocular-sul” fica definitivamente comprometido. Tudo por causa da “cegueira total” da Câmara.
Na aldeia onde moro, zona rural por excelência, os regulamentos acautelam as características e as cérceas dos edifícios. Mas neste “Tratado de Tordesilhas” que, com a bênção de Seara, dividiu o céu da minha rua, o sol ficou para quem quer fazer reluzir os seus potes de ouro. Para os moradores ficou a sombra .

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O "desalento democrático"

Hoje "passei-me".
É que começaram a colocar a cobertura naquela enorme estrutura. E enviei uma mensagem, ao Senhor Presidente da Câmara, em que o desalento começa substituir-se à esperança.
Não estou à espera que goste.Deixei de me preocupar com isso. Dizia o seguinte :


Exmº Senhor Presidente

Aproveito a hora do almoço, pois em horário laboral - vim a saber - as queixas não têm credibilidade.
Provavelmente nem vai ler este meu desabafo, mas só quero dizer que considero desconcertante a sua actuação neste caso. Os valores que contam, afinal, não são os da cidadania em que, estupidamente, acreditei.
Confiei em si e decepcionou-me. Pensava eu que um Presidente tinha mais poder que um ex-Presidente que, ainda por cima foi destituído por teimar nas ilegalidades. O Prof. Seara é um homem de leis e, em consciência, sabe que tenho o direito de me indignar com uma situação que envergonha a Câmara..
Digo-lhe que ainda não "desarmei" completamente mas se todo o sistema político pactuar com os "subterrâneos do poder", acho que, por descrédito, eu que votei sempre, perdi a vontade de voltar a fazê-lo.
Cordialmente,

Fernando Andrade

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tudo gente séria

O mistério destas coisas não é nenhum. Trata-se apenas de juntar dois mais dois.
O problema é que as coisas não podem ser ditas ou se o são cai o Carmo e a Trindade, por injúria, por difamação, por desonra de respeitáveis figuras. Figuras que têm uma imagem pública a defender e que são muito mais credíveis que um anónimo cidadão comum que, ainda por cima, é acusado de querer protagonismo nesta história nauseabunda. Quem me dera nunca ter tido a necessidade de me expor. Se o fiz, foi porque se calou quem tinha o dever de actuar. O preço desse silêncio não foi disfarçado. Mas não serve de prova. O mundo real é este. O outro, aquele que nos querem vender, é só a fingir. Publicidade enganosa. Venham falar-me de seriedade, de firmeza, de rumo certo, que me farão soltar uma gargalhada de mágoa.

“Vós que lá do alto império
Prometeis um mundo novo,
Calai-vos que pode o povo
Querer um mundo novo a sério.”

(António Aleixo)

sábado, 16 de janeiro de 2010

O pior cego...

Nesta Sexta Feira, foi a vez do Jornal de Sintra , aquele que, em Fevereiro de 2008, foi o veículo do artigo de opinião, que provocou um volte-face numa actuação suis generis de um senhor habituado a ditar as suas próprias regras. Sentiu-se humilhado e ofendido.
Então, processa o autor do texto, processa o director do Jornal e... se mais gente houvera...
Desta vez, porém, a vergonha pública já não o assusta e o sentimento de impunidade vai ganhando uma dimensão proporcional à cegueira de quem não quer ver ...a monstruosidade.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Insiste...insiste

Hoje foi o Público, na sua página 26, que abordou o assunto. Não sei o que se passa, mas está-me a parecer que a exposição pública já não incomoda, pois a obra continua como se tudo estivesse “em conformidade”.
Não sei se é paranóia minha, mas acho que o me querem dizer é que me reduza à minha insignificância. Se for isso o que me querem dizer, ainda não vai ser para já que os satisfaço.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Agora, vamos ver o que dá

Não me dá qualquer gozo hostilizar quem quer que seja. Nem sou pessoa que goste de andar metido em intrigas, a apontar o dedo a este ou àquele que não procedeu bem , pois sei que, como toda a gente, eu também tenho as minhas falhas merecedoras do reparo de outros.
Mas o que se passa aqui é que, o “circuito fechado” não foi suficiente para que me fossem dados os esclarecimentos que pedi a quem de direito e sobre um tema que me era altamente prejudicial e que já tinha sido reconhecido pela edilidade, como lesivo para o interesse público.
Vem, então o “circuito aberto”, procurar as respostas. A força dos média imporá o respeito que foi negado a um simples cidadão. Bate forte. Agita. Cria dilemas.
“- O que é que aquele gajo anda a fazer!?!?” – dizem alguns, incomodados com o que hoje veio a lume na página 20 do Diário de Notícias. Outros virão a seguir e as águas irão agitar-se.
Falei. Não o que me deu na gana, mas o que vi . Denunciei. Não uma questão de lana caprina, mas uma violação flagrante dos regulamentos e o desrespeito pelos moradores de uma rua. E esses moradores têm uma única casa que é aquela que habitam. Permanentemente.
Os regulamentos contemplam esses direitos. Podemos ficar calados quando assistimos a um “licenciamento” que procura encapotar aquilo que na realidade não é licenciável (ou, sendo, apenas metade)? Quem é que poderia ter pensado que ninguém repararia nisso?
Há-de haver quem se sinta ofendido pelas notícias; pela exposição pública. Pena que não tenham tido o mesmo sentimento quando surgiram os factos que geraram essas mesmas notícias.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Tudo em "conformidade"


Hoje

Ninguém está aqui a dizer mal de ninguém.
Estamos só a …ver e a pensar como é que estas coisas podem acontecer.
Ora vejamos:

Obra licenciada :

Classificação do terreno, segundo o PDM : SOLO URBANO.
Cércea : 6,5m;
Afastamento da extrema : 5m

Obra “Correspondente”:

Utilização da construção : FINS INDUSTRIAIS;
Cércea : 12,00m
Afastamento da extrema : 2,5m

Alguém acreditará que estamos a falar da mesma Obra? Claro que não!
E é por ninguém acreditar que isto é possível e que não me dão ouvidos.
Mas, nem que o meu papel seja o do cão que vai ladrando à caravana, vou fazendo chegar a informação até onde puder.
Ah… e recebi ontem a notificação do Tribunal para ir a julgamento no dia 24 de Março, às 14h, porque, nos meus escritos, fui “injurioso” ao falar num hipotético "intocavel fora da Lei!"
...e eu que estava enganado !!!