terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O "desalento democrático"

Hoje "passei-me".
É que começaram a colocar a cobertura naquela enorme estrutura. E enviei uma mensagem, ao Senhor Presidente da Câmara, em que o desalento começa substituir-se à esperança.
Não estou à espera que goste.Deixei de me preocupar com isso. Dizia o seguinte :


Exmº Senhor Presidente

Aproveito a hora do almoço, pois em horário laboral - vim a saber - as queixas não têm credibilidade.
Provavelmente nem vai ler este meu desabafo, mas só quero dizer que considero desconcertante a sua actuação neste caso. Os valores que contam, afinal, não são os da cidadania em que, estupidamente, acreditei.
Confiei em si e decepcionou-me. Pensava eu que um Presidente tinha mais poder que um ex-Presidente que, ainda por cima foi destituído por teimar nas ilegalidades. O Prof. Seara é um homem de leis e, em consciência, sabe que tenho o direito de me indignar com uma situação que envergonha a Câmara..
Digo-lhe que ainda não "desarmei" completamente mas se todo o sistema político pactuar com os "subterrâneos do poder", acho que, por descrédito, eu que votei sempre, perdi a vontade de voltar a fazê-lo.
Cordialmente,

Fernando Andrade

1 comentário:

Guerra Junqueiro disse...

"Um povo imbecilizado e resignado,
humilde e macambúzio,
fatalista e sonâmbulo,
burro de carga,
besta de nora,
aguentando pauladas,
sacos de vergonhas,
feixes de misérias,
sem uma rebelião,
um mostrar de dentes,
a energia dum coice,
pois que nem já com as orelhas
é capaz de sacudir as moscas;..."
Guerra Junqueiro
Excerto in "Pátria", escrito em 1896