terça-feira, 24 de junho de 2008

Cega, surda e muda

Daqui não se vê, mas também não se "ouve" e também não se " fala"...
... e o monstro de S. João das Lampas vai crescendo!



Vi o que toda a gente viu: uma monstruosidade a crescer no tecido urbano de S. João das Lampas! Mesmo diante das habitações.

Indignei-me com o despudor com que se violavam os regulamentos.

Invoquei o princípio de igualdade de todos os cidadãos perante a Lei.

Denunciei.

Assisti a uma actuação amedrontada por parte da Câmara, fazendo cumprir o embargo.

A obra parou!

Ouvi os impropérios proferidos por quem prevaricou, pelo facto da Câmara ter cumprido com o que devia.

Mantive-me atento à suspensão da obra, que durou 3 meses.


Incrédulo, assisto ao seu recomeço!

Soube que uma providência cautelar, anulando a eficácia do embargo, viabilizou a continuidade dos trabalhos.

Soube, também, que apenas a Câmara, através de uma resolução fundamentada, poderia, em defesa dos critérios que levaram ao embargo, reafirmar a posição que tinha tomado. A Câmara “recuou”!

Apelei ao Senhor Presidente da Câmara;
Apelei às bancadas dos Senhores Vereadores da oposição;
Apelei ao Senhor Vereador dos Assuntos Jurídicos;
Apelei ao Senhor Presidente da Assembleia Municipal.

Nenhum me disse
uma palavra que fosse sobre a matéria.

A obra continua.

Apelei às mais altas instâncias da Nação.

Ninguém me ouve. Ninguém vê. Ninguém se pronuncia.


“Caiu” mal o título de “Poderes que se sobrepõem ao da Lei”, com que foi denunciado o caso. Mas o que se passou a seguir só veio confirmar o que dissera e os regulamentos da Câmara não são, afinal, para todos os munícipes.

Com que moralidade a Câmara, no futuro, obrigará ao respeito pelos seus regulamentos?


É a desilusão, o descrédito e a confirmação de que, mesmo parecendo grosseiro, os cargos políticos, afinal, permanecem ao serviço de interesses obscuros.

Hão-de vir dizer que ninguém está acima da Lei. Provavelmente, estarão à espera que alguém acredite.



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